O governo prometeu "ajuda" com o E-Lar, um vale (voucher) que ajudaria famílias com tarifa social de electricidade a subsituir equipamentos antigos e a gás por eléctricos.
Mas cuidado!
A burocracia é imensa, há casos em que os fornecedores não receberam o voucher a tempo, e os clientes tiveram de pagar o equipamento e instalação, dívida pode chegar aos 1000 euros, ou noutros casos risco de incêndio na instalação eléctrica!
O programa de apoio à eficiência energética Voucher E-Lar tem sido uma ferramenta crucial para a transição energética em muitas casas portuguesas. Contudo, o que deveria ser uma ajuda simples está a transformar-se num pesadelo burocrático e financeiro para milhares de famílias.
Entretanto um alerta detalhado publicado no Reddit pelo utilizador CanadianBeta que lida com o processo diariamente expôs a verdade nua e crua sobre o programa: a falta de informação clara sobre as condições técnicas e contratuais está a levar clientes a perderem o voucher, a acumular dívidas avultadas e, no limite, a criar situações de perigo como incêndios domésticos.
O engano do grupo III: o voucher não paga o IVA
Muitos beneficiários avançam para a compra dos eletrodomésticos pensando que o apoio cobre o custo total, mas as regras variam drasticamente consoante o grupo de apoio:
O Alerta: Se pertence ao Grupo III, prepare-se para pagar o IVA e os custos de instalação e transporte, ou corre o risco de perder o apoio por incumprimento da sua parte no pagamento das despesas associadas.
E-Lar: o prazo de 45 Dias e o risco de apropriação ilegal
As condições contratuais entre o fornecedor e o cliente são claras, mas muitas vezes desconhecidas pelo público. O fornecedor emite a fatura, mas permanece em dívida até que o Estado pague o voucher, o que cria uma pressão de tempo:
O fornecedor tem apenas 45 dias para providenciar o serviço completo (entrega, instalação e recolha/reciclagem do artigo substituído).
Se este prazo expirar por qualquer razão (incluindo impossibilidade de instalação por culpa do cliente), o cliente perde o direito ao produto.
Atenção: Se o cliente ficar com o produto após o prazo expirar e o fornecedor não receber o valor do voucher, trata-se de apropriação ilegal. A responsabilidade de garantir que a instalação é possível é sempre do cliente.
O perigo de incêndio: a sua casa aguenta a potência?
A grande maioria das instalações está a chumbar por problemas eléctricos, e as consequências são sérias. Segundo o Redditor, cerca de 40% das instalações não têm condições para serem feitas.
O grande erro é trocar equipamentos a gás por eléctricos de alta eficiência (classificação A) sem verificar a capacidade da instalação:
Potência Contratada: Se vai usar uma placa de indução ou outros aparelhos de alto consumo, LIGUE para o seu fornecedor (EDP, etc.) e aumente a potência contratada ANTES da instalação. Caso contrário, irá pagar muito mais na fatura ou o equipamento nem funcionará corretamente.
O Risco Eléctrico: Fogões e placas de indução de alta eficiência podem exigir uma potência enorme, em muitos casos, instalações trifásicas.
Um fio de cobre velho literalmente pega fogo e queima a casa toda se tiver uma instalação eléctrica fraca, refere o Redditor.
Obrigatoriedade: É fundamental ter disjuntores independentes para cada novo artigo E-Lar.
Medidas e pressão: a instalação é mais do que apertar parafusos
A instalação de um novo equipamento não é uma renovação de cozinha. É a simples remoção do antigo e a ligação do novo. As especificações técnicas são inflexíveis:
Espaço Não Negociável: O espaço disponível tem de ser superior às medidas de segurança indicadas no manual. Assim se tem 60 cms de largura e o cilindro tem 59, não dá para instalar.
Placas: Não há cortes em pedra ou madeira. Se for necessário alargar o buraco da placa, o serviço chumba.
Termoacumulador (Cilindro): O cliente deve garantir que tem o regulador de pressão de água adequado para o termoacumulador funcionar adequadamente.
O cenário mais negro: o que acontece se a instalação falhar?
Se o técnico se deslocar e a instalação não se puder efectuar devido a falhas na sua infraestrutura, o cenário é este:
Pagar a Taxa de Serviço Não Realizado.
Pagar a Taxa de Transporte de devolução dos artigos.
Assumir uma desvalorização mínima de 25% do equipamento, caso as embalagens originais tenham sido danificadas.
Assumir a DÍVIDA TOTAL do equipamento se o tempo expirar e o seu voucher for recusado.
A dica de ouro
Entretanto mais vale prevenir do que remediar: Pague por uma visita de diagnóstico prévia.
Pagar 40€ para que um técnico avalie a sua casa e verifique se tem as condições necessárias (espaço, electricidade e pressão) é um custo irrisório face a uma factura de regularização que pode ascender a 1000 Euros ou mais, caso o voucher se anule e o equipamento fique em dívida.
Fonte: Leak
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



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