Nova crise nos semicondutores Automóveis afecta o mundo inteiro.
Em Portugal, para já, a Autoeuropa tem produção garantida para duas semanas, mas está em contacto com o grupo Volkswagen, que tem alguma preocupação. A fábrica da Bosch em Braga — a maior unidade da empresa no país — vai avançar para lay-off na próxima semana, mandando 2500 trabalhadores para casa, segundo avançou o jornal Negócios.
Recorde-se que, entre 2020 e 2022, a crise global dos semicondutores paralisou fábricas em todo o mundo e deixou concessionárias sem carros para vender.
Agora enfrentamos novamente o mesmo problema, desta vez devido a uma "guerra económica" entre Holanda e China.
Um impasse diplomático entre a Holanda e a China pôs em xeque o fornecimento global de componentes produzidos pela "Nexperia", fabricante sino-holandesa com papel estratégico na cadeia de eletrônicos usados em praticamente todos os veículos modernos.
O caso começou no fim de setembro, quando o governo holandês decidiu tomar temporariamente o controlo da "Nexperia", companhia sediada nos Países Baixos, mas de propriedade da chinesa Wingtech Technology.
A ação não foi uma estatização formal, mas uma tutela amparada pela Lei de Disponibilidade de Bens (Wet Beschikbaarheid Goederen). Pela legislação de segurança nacional, o Estado passa a ter autoridade para bloquear ou reverter decisões estratégicas da empresa classificadas como “prejudiciais aos interesses nacionais”. A justificativa foi proteger o “conhecimento tecnológico e a capacidade industrial” da Holanda e da Europa diante do avanço estrangeiro em sectores estratégicos.
A maior parte dos componentes da Nexperia é produzida na Europa, mas estima-se que 80% da produção precisa passar pela China para empacotamento e testes finais antes de chegar aos clientes. Em reação imediata à intervenção holandesa, as autoridades chinesas impuseram restrições ou suspenderam as exportações desses produtos, que ficaram retidos, gerando risco imediato de desabastecimento para as fabricantes de automóveis europeias.
Há outras empresas que fornecem esses semicondutores, como "Vishay", "ON Semiconductor", "Infineon", "STMicroelectronics" e "Toshiba", mas poucas conseguem combinar o grande volume, rapidez e confiabilidade como a "Nexperia". Por isso, a companhia é considerada essencial em muitos contratos estratégicos da indústria automotiva europeia.
A associação das fabricantes alemãs (VDA) emitiu um alerta: se o fornecimento dos dispositivos da Nexperia não for retomado rapidamente, há risco de “restrições consideráveis” e até paralisações de fábricas na Europa nas próximas semanas. O sector já vive sob pressão de outras tensões comerciais, como tarifas norte-americanas, escassez de terras raras e disputas por matérias-primas críticas.
Fontes: -, Observador
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