França alerta novamente para a Guerra directa com a Rússia

 


A França demonstra realmente uma vontade crescente de se preparar para um eventual conflito com a Rússia, ou trata-se apenas de um pressentimento estratégico alimentado por informação reservada dos serviços secretos? A verdade é que, há meses, o tema vem sendo reiterado no debate político e militar francês, e muitos observadores consideram praticamente inevitável um confronto de maior escala.

O General francês, em outubro, já havia dito que teremos um conflito directo com a Rússia até ao ano 2029.

Tal como outros países europeus — a Finlândia, Noruega, Suécia e Alemanha, por exemplo, que distribuiu manuais de sobrevivência à sua população — também a França publicou recentemente um guia destinado a preparar os cidadãos para situações de crise, incluindo cenários de guerra. Paralelamente, o chefe do Estado-Maior do Exército francês, General Fabien Mandon, tem sido particularmente direto nas suas intervenções públicas, afirmando que os franceses devem interiorizar a possibilidade de um conflito armado e a eventual perda de soldados jovens.

Perante o Congresso de Prefeitos de França, o General Mandon declarou que o país precisa de recuperar a “força de espírito para aceitar o sofrimento a fim de proteger quem somos” e de estar preparado para “aceitar a perda dos nossos filhos”. As palavras provocaram forte polémica no espaço mediático e nos debates televisivos.

Durante o congresso da Associação de Autarcas de França, Mandon defendeu ainda que “Moscovo está convencida de que os europeus são fracos. E, no entanto, somos fundamentalmente mais fortes do que a Rússia”. O general argumentou que a França possui os meios militares necessários para dissuadir Moscovo, mas alertou que falta ao país a resistência psicológica e social para suportar eventuais sacrifícios.


“Se não estivermos preparados para aceitar a perda dos nossos filhos ou sacrifícios económicos, estaremos em risco”, insistiu. Dirigindo-se aos autarcas, pediu que transmitissem esta mensagem às populações, com o objetivo de preparar o país “para, dentro de três ou quatro anos, demonstrar a nossa força à Rússia e obrigá-la a abandonar as suas ambições”. Sublinhou ainda que, sendo a França uma potência militar de referência na Europa, carrega uma responsabilidade acrescida.

Entre os seus objectivos está o aumento do número de reservistas para 80 mil, além dos cerca de 200 mil militares actualmente no activo.

O controverso discurso deu-se no mesmo dia em que o Governo francês divulgou um “guia de sobrevivência” para emergências, aconselhando cada cidadão a manter um kit básico para três dias, contendo lanterna, rádio a pilhas, documentos essenciais, roupa quente, água, alimentos simples e um cobertor.

A ministra da Defesa, Catherine Vautrin, saiu em defesa do general, afirmando que Mandon “tem todo o direito de falar das ameaças” que o país enfrenta. Acrescentou que as declarações foram “retiradas do contexto para fins políticos” e que correspondem à linguagem habitual “de um líder consciente de que jovens soldados arriscam a vida todos os dias pela Nação”.

Fontes: RTP e EuroNews

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