Aumenta a tensão entre EUA e Venezuela

 


Nicolás Maduro activa 4,5 milhões de milicianos e desafia os EUA


O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (18) o envio de 4,5 milhões de milicianos para todo o país, afirmando que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela” e desvalorizando as “ameaças à paz” no território.

A decisão surge após os Estados Unidos terem duplicado a recompensa por informações que conduzissem à captura do presidente venezuelano e aumentarem o número de tropas mobilizadas na América Latina e no Caribe.



Na semana passada, o governo norte-americano confirmou à CNN que havia ordenado a deslocação de navios de guerra para a região, alegadamente para conter a ameaça representada por grupos de narcotraficantes.



De acordo com a Reuters, três navios de guerra da Marinha dos EUA e cerca de 4 mil militares deveriam chegar às águas territoriais da Venezuela nas 36 horas seguintes. Contudo, na terça-feira (19), um porta-voz do Departamento de Defesa declarou que não havia embarcações norte-americanas na área e que estas não tinham recebido ordens para avançar.

O território venezuelano possui aproximadamente 4.000 quilómetros de litoral.

Questionada sobre um eventual envio de tropas para a Venezuela, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu:

“O presidente Trump tem sido muito claro e consistente. Está disposto a utilizar todas as ferramentas ao seu dispor para interromper o fluxo de drogas para os Estados Unidos e levar os responsáveis à justiça.”

Leavitt reiterou ainda a posição de Washington de que Nicolás Maduro “não é um presidente legítimo”. Recorde-se que os EUA e a Venezuela não mantêm relações diplomáticas formais desde 2019.

Em comunicado, o governo venezuelano rejeitou as acusações norte-americanas relativas ao narcotráfico, acusando Washington de recorrer a “ameaças e difamação”.



Milícia Venezuelana


A Milícia Nacional Bolivariana, criada em 2005 pelo falecido presidente Hugo Chávez e formalmente institucionalizada em 2010, integra as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB). A sua missão é “incorporar o povo organizado” para assegurar a “defesa integral da nação”.

Maduro anunciou também um plano para activar milícias camponesas e operárias “em todas as fábricas e locais de trabalho do país”.

“Mísseis e espingardas para a classe trabalhadora, para defender a nossa pátria”, sublinhou.

Segundo dados oficiais disponíveis no site do Ministério da Defesa, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas contam com “cerca de 95 a 150 mil militares no activo” e “uma Milícia Nacional em crescimento, composta por centenas de milhares de cidadãos capazes de servir como reservistas”.



Poder militar


Segundo o portal Global Fire Power, especializado em análises militares e que utiliza estatísticas oficiais ou estimativas quando estas não estão disponíveis, a Venezuela ocupa o 50.º lugar em poder militar no ranking de 2025, que avalia 145 países.

Os Estados Unidos estão classificados em primeiro lugar, a Rússia em segundo e a China em terceiro.

Há algumas semanas, o governo Trump duplicou para 50 milhões de dólares a recompensa por informações que levassem à detenção de Maduro, a quem descreveu como “um dos maiores narcotraficantes do mundo”, chefe do chamado Cartel dos Sóis e uma ameaça à segurança nacional norte-americana.

O executivo venezuelano rejeitou as acusações, posição partilhada por várias instituições do país. Diversas figuras chavistas também desmentiram as alegações.

“Defendemos os nossos mares, os nossos céus e as nossas terras. Libertámo-los. Vigiamos e patrulhamos o território. Nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela, nem deve tocar o solo sagrado da América do Sul”, declarou Maduro.

O ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, classificou o Cartel dos Sóis como uma “invenção” dos EUA, enquanto o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, rejeitou de forma categórica as acusações.

Fonte CNN

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