A China e a Rússia, ambas potências militares e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mantêm alianças económicas e militares sólidas com o Irão. Ambas já expressaram apoio político e logístico ao Irão na eventualidade de um confronto directo com Israel. Israel, por sua vez, conta com o apoio estratégico dos Estados Unidos e do Reino Unido, o que aumenta o risco de um alastramento do conflito a uma escala global.
Nos últimos anos, a China e o Irão aprofundaram significativamente as suas relações bilaterais. Em 2021, assinaram um acordo de cooperação económica, militar e de segurança de 25 anos. Além disso, mais de 90% das exportações de petróleo iraniano têm como destino a China, o que torna Pequim altamente interessada na estabilidade da região. A atual instabilidade prejudica os interesses económicos chineses, num momento em que as tensões com os Estados Unidos, especialmente no âmbito da guerra comercial, já são elevadas.
A Rússia, por sua vez, tem uma longa aliança com o Irão, reforçada durante a guerra na Ucrânia, na qual o Irão forneceu drones e mísseis a Moscovo. Em 2024, os dois países assinaram um novo acordo económico com o objetivo de contornar sanções ocidentais, aprofundando ainda mais a sua interdependência estratégica.
A Coreia do Norte também mantém uma aliança histórica com o Irão, baseada no intercâmbio de armas por petróleo desde a Guerra Irão-Iraque (1980–1988). Este relacionamento, embora menos visível, permanece ativo. Pyongyang pode contribuir com apoio técnico e militar, como já o fez no passado com o fornecimento de tecnologia de mísseis.
Assim, a China, a Rússia e a Coreia do Norte podem formar um eixo informal de apoio ao Irão, quer através de assistência militar indireta, fornecimento de armas, cobertura diplomática em organismos internacionais, quer através de mecanismos económicos que atenuem os efeitos das sanções. Este alinhamento multipolar representa um desafio directo à influência dos EUA e dos seus aliados no Médio Oriente e aumenta consideravelmente o risco de escalada global do conflito.
Como estes países podem defender o Irão?
Militarmente:
Enviando armamento, drones, mísseis, ou tecnologia (como a Coreia do Norte e a Rússia já fizeram). Realizando exercícios militares conjuntos ou aumentando a presença militar em áreas estratégicas como o Mar de Omã.
Economicamente:
Ajudando o Irão a escoar petróleo fora do sistema SWIFT e das sanções, por via de redes paralelas. Usando o yuan, rublos ou o won norte-coreano para comércio bilateral.
Diplomaticamente:
Bloqueando resoluções contra o Irão no Conselho de Segurança da ONU. Oferecendo cobertura diplomática e narrativa antiocidental nos fóruns internacionais.
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