Ontem, 28 de Abril, ocorreu um grande apagão energético em Espanha, com impacto directo em Portugal (que depende em grande parte da rede eléctrica espanhola). Também se reportaram falhas em partes da França. Inicialmente, alguns meios de comunicação avançaram que o apagão teria afectado quase 15 países europeus e mais de 50 milhões de pessoas. Contudo, tudo indica que essa estimativa foi exagerada ou baseada em especulações.
Rapidamente surgiram várias teorias nos media — pelo menos quatro. Uma das primeiras apontava para um possível ciberataque. No entanto, o Instituto Nacional de Cibersegurança de Espanha (INCIBE) veio a público descartar essa hipótese (ainda que, mesmo que fosse verdade, dificilmente seria admitida).
Outra explicação sugeria que um avião de combate a incêndios teria acidentalmente derrubado um cabo de muito alta tensão (400 mil volts), o que levanta uma questão inquietante: estaria toda a rede europeia dependente de um único cabo? Parece improvável, considerando a existência de múltiplas centrais, subestações e infraestruturas autónomas em cada país.
A terceira hipótese, vinda de "especialistas", referia-se a um fenómeno raro: uma "vibração atmosférica induzida", talvez relacionada com explosões solares ou uma EMC (Ejeção de Massa Coronal). Contudo, esta explicação também foi descartada no dia seguinte.
Por fim, foi avançada a explicação oficial: uma falha repentina e significativa na rede solar espanhola, com uma queda de 15 gigawatts — o equivalente a 60% do consumo do país —, provocando o colapso do sistema. Link Globo.
Possível problema das energias "Renováveis" como a Solar : Falta de Inércia.
A falta de inércia nas redes de energia, causada pela crescente presença de energia solar fotovoltaica (PV) e eólica, é um desafio para a estabilidade do sistema elétrico. A energia solar e eólica não fornecem a inércia inerente aos sistemas tradicionais, como turbinas hidrelétricas ou térmicas, que possuem partes móveis em rotação. A inércia é essencial para amortecer as flutuações de frequência na rede, ajudando a manter a estabilidade do sistema em caso de perturbações.
A inércia na rede elétrica é a capacidade das máquinas giratórias (geradores) de resistir às mudanças de velocidade quando há uma perturbação no sistema. Essa inércia ajuda a manter a frequência da rede estável. Em caso de flutuações de frequência, a rede pode ser instável e gerar apagões, especialmente em redes com alta penetração de renováveis.
A verdade? Provavelmente nunca a saberemos. Mas é curioso — ou preocupante — que, no mês anterior, a Comissão Europeia tenha recomendado aos cidadãos que mantivessem um kit de emergência para 72 horas.
O que vimos ontem foi um verdadeiro exemplo de comportamento de massa em situação de crise. O caos instalou-se: filas de quilómetros para abastecer combustível, multibancos fora de serviço, impossibilidade de levantar dinheiro ou fazer pagamentos com cartão. Semáforos desligados, engarrafamentos, transportes públicos parados, voos cancelados. As perdas económicas terão sido, certamente, de muitos milhões de euros.
Houve também quem lucrasse: os hipermercados foram esvaziados como nos primeiros dias da pandemia. As pessoas compraram tudo — garrafões de água, enlatados, papel higiénico, bolachas. Em poucas horas, quase nada restava nas prateleiras.
Se este apagão foi um ciberataque de grande escala, provavelmente nunca será admitido — a União Europeia não o reconheceria publicamente, para não demonstrar vulnerabilidade.
Ataque Cibernético ou Não?
A Espanha ainda diz não saber "explicar as causas" pois há milhões de dados por analisar. Ao passo que Portugal pediu à Comissão Europeia uma investigação independente.
Um grupo de Hackers Pro Rússia "Dark Storm Team" na página "X" (antigo Twitter) proclama autoria do ciber ataque à rede energética espanhola.
Print screen:
Não vou colocar o hiperlink para a página deles, para não rastrearem os cliques e tráfego de volta ao meu blog, obviamente. Pesquisem no Google por Dark Storm Team 3. A notícia surgiu no jornal britânico EXPRESS .
27 de Abril Domingo - Apagão no Reino Unido
Afinal um dia antes também houve duas quedas inexplicáveis de energia no Reino Unido (causas ainda inexplicadas e a ser investigadas). Link Correio da Manhã
Um dos apagões foi às 02h00 da madrugada, nesse horário duvido que haja muito calor ou algum fenómeno atmosférico raro como "Vibração atmosférica induzida". Isto está muito mal explicado. Um dia depois (28 de Abril) ocorreu o apagão em Espanha, Portugal e partes da França.
Actualização - 29 de Abril
Incêndio em Londres numa subestação Eléctrica
No website UK Power Networks, podemos ver relatórios de falhas de energia (apagões) desde o dia 27 até ao dia 30.
Lições a Reter: Preparação é Essencial
O que podemos aprender com isto? A necessidade de estar sempre preparado. Eis algumas medidas práticas:
Ter um plano B bem definido.
Manter pelo menos 120 euros em dinheiro vivo, para casos em que os multibancos estejam inoperacionais.
Ter uma reserva de alimentos não perecíveis: enlatados, bolachas, pão tipo torta, grãos secos, etc.
Ter em casa um fogareiro a gás ou a carvão (fornos eléctricos não funcionam sem corrente).
Lanternas a pilhas ou velas para iluminação, e powerbanks sempre carregadas.
Um dos sites em que mais confio é o TEMU (chinês), em cada País tem parcerias com o correio nacional desse país, muitos dos artigos vêm por avião comercial (mais rápido que se fosse em navio de contentores que demoraria três semanas). Os artigos são de boa qualidade e baratos. Em Portugal há vários "oportunistas" a vender artigos chineses do Temu em sites de anúncios como OLX ao quadrúplo do preço! Evite ser aganado e compre directamente do TEMU.
Lanternas e carregadores solares são um excelente investimento — as pilhas esgotam-se rapidamente quando há procura em massa.
Um pequeno painel solar pode ser útil para carregar telemóveis e lanternas.
Manter sempre o depósito do carro com mais de meio — o combustível será sempre necessário e usado.
Ter uma bicicleta a pedal como alternativa de transporte — ao contrário das trotinetes elétricas, não depende de energia para carregar a bateria.
E o Telemóvel? Inútil. Durante o apagão, os telemóveis tornaram-se quase inúteis: não havia rede móvel para chamadas, SMS ou sequer contactar os serviços de emergência.
Rádio de emergência e lanterna (a energia solar)
Algumas pessoas, especialmente quem habita em prédios, não têm facilidade ou conveniência em ter um pequeno gerador a gasóleo (faz ruído, emite fumos, etc.) e o gasóleo pode esgotar nos postos de combustível. Uma boa opção é ter um pequeno gerador eléctrico (tem baterias de lítio internas). Obviamente por prevenção carregue-o sempre (antes de um possível apagão) e certifique-se que periodicamente o carrega.
Alguns possuem capacidade de 200 W, carregar várias vezes smartphones, saída AC para carregar um computador portátil (até 3 horas consecutivas), e possuem uma lanterna incorporada (luz até 30 horas consecutivas).
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Acerca das tempestades solares:
É um risco a considerar, pois o SOL está num ciclo de intensa actividade este ano (2025) e o verão vai ter algumas tempestades solares.
Elas podem gerar correntes induzidas no solo — conhecidas como GICs (geomagnetically induced currents) — capazes de infiltrar-se em redes de transmissão eléctrica, danificar transformadores e causar apagões em larga escala.
O caso mais emblemático ocorreu a 13 de março de 1989, quando uma forte tempestade geomagnética atingiu a América do Norte. Em poucos minutos, a rede da Hydro-Québec, no Canadá, colapsou.
Porém no incidente de ontem (28 de Abril) foi descartada essa hipótese. No momento em que houve o apagão na Espanha e em Portugal, o chamado índice planetário Kp era muito baixo, variando entre 0 e 1, na cor verde que é a mais baixa na escala da NOAA de tempestades geomagnéticas.
Que lições devemos tirar para o Futuro?
É crucial investir em redundâncias digitais, como armazenamento local, comunicações descentralizadas e autonomia tecnológica nos serviços essenciais. Em cenários de colapso, internet e dados móveis são vitais para a comunicação e operações de emergência. Portugal e Espanha devem priorizar infraestruturas resilientes, energeticamente independentes e com forte segurança digital e conectividade.
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