O autoproclamado "Papa" Abdullah Hashem e o culto APROL

 


Existe uma seita contemporânea que, discretamente, está a ganhar projeção global: denomina-se AROPL — Ahmadi Religion of Peace and Light (Religião Ahmadi de Paz e Luz). À primeira vista, parece mais uma religião alternativa entre tantas outras, mas há sinais claros de que estamos perante algo mais complexo — talvez mesmo orquestrado nos bastidores por entidades como a CIA. A maioria das pessoas, e até os meios de comunicação social, estão a ver apenas a superfície. O quadro completo permanece fora do radar da consciência colectiva.

É um novo movimento religioso pós-islâmico derivado do ramo duodecimano do islamismo xiita, considerado um dos movimentos apocalípticos ou do "fim dos tempos" emergentes do Oriente Médio.
Falamos de uma seita com cerca de 7.000 membros — um número relativamente pequeno —, e no entanto é alvo de reportagens e atenção por parte dos media convencionais. Isto não acontece por acaso. Ou existe uma máquina de marketing poderosa por detrás, ou então há interesses mais profundos em jogo, com possíveis ligações a agências de inteligência como a CIA.

A minha intuição aponta que este movimento irá tornar-se um fenómeno mediático de proporções inquietantes. Não surge do nada. O suposto líder espiritual, Abdullah Hashem Al-Sadiq, autoproclamado "verdadeiro papa", era, até há pouco tempo, um perfeito desconhecido. Agora, goza de notoriedade internacional e cobertura mediática frequente. Porquê?


Convém lembrar que não seria a primeira vez que a CIA se envolve na criação ou infiltração de seitas com o objectivo de testar técnicas de controlo mental, lavagem cerebral ou manipulação colectiva. Casos como o da "Família Manson" ou da seita "Heaven's Gate" (cujo final foi trágico, com suicídios em massa) já estão documentados como experiências encobertas desse tipo (acredita-se que a CIA esteve envolvida).



A AROPL apresenta-se como uma religião com raízes no islamismo xiita, mas integra elementos de sincretismo espiritual, reencarnação, e tem um discurso carregado de temas conspiratórios como extraterrestres, governos ocultos e Illuminati. O próprio nome do líder — Hashem — lembra o nome do culto antigo árabe dos Ḥaxāxīn, do século XI, conhecidos por misturar misticismo com fanatismo.

A estratégia parece clara: ao misturar teorias sobre os Illuminati e OVNIs com uma narrativa de culto potencialmente perigoso, associa-se conotação negativa a esses temas. E se, num futuro próximo, esta seita for palco de eventos extremos — como suicídios colectivos, crimes ou radicalizações — os temas de conspiração, nova ordem mundial e espiritualidade alternativa serão todos colocados no mesmo saco da loucura, criando o pretexto ideal para criminalizar e censurar sites, blogues e canais que abordem estes assuntos com seriedade.

É assim que a Elite Oculta censura temas incómodos: cria uma caricatura popular, dá-lhe palco, depois aponta os erros e declara guerra a tudo o que pareça semelhante. Foi assim com a criação da Al-Qaeda, usada inicialmente para combater os soviéticos no Afeganistão, e depois transformada em inimigo público número um. A história repete-se — mudam apenas os nomes e os rostos.

A AROPL tem presença em cerca de 40 países, incluindo os EUA e o Reino Unido. O seu líder, Abdullah Hashem Al-Sadiq, vive nos Estados Unidos, tem 41 anos (nascido em 1983) e afirma ser o 12.º imã, o Yamani, anunciador do Messias. Alega que os seus ensinamentos remontam ao tempo de Adão.

Alguns dos seus princípios são claramente ajustados aos tempos modernos e às exigências do marketing espiritual:

Álcool permitido, desde que com moderação.
Comunidade LGBT acolhida (não por tolerância, mas porque são membros com capacidade de contribuição financeira).
Dízimo não é suficiente — os membros são encorajados a doar a totalidade dos seus salários à organização.

Possuem dois canais de televisão por satélite:

"Estandartes Negros do Oriente", fundado em 2017;
"O Mahdi Apareceu", lançado em 2024 e com difusão para África, Europa e Médio Oriente.

Apesar da ambição mediática, o canal do grupo no YouTube tem apenas cerca de 33 mil subscritores, e a maioria dos vídeos mal chega às 500 visualizações — números que não justificam, por si, o destaque mediático que têm recebido. Isso levanta ainda mais suspeitas: por que razão um movimento com tão pouco impacto digital recebe tanta atenção dos grandes meios?

Em resumo: a AROPL pode muito bem ser um cavalo de Troia moderno — uma ferramenta montada para infiltrar, desacreditar e futuramente eliminar do espaço público digital todos os websites considerados "conspiratórios", associando-os a fanatismo, delírio e perigos sociais.
Fiquem atentos. As peças estão a ser colocadas no tabuleiro — e o jogo que se avizinha não é espiritual. É de controlo narrativo global.

Silvio Guerrinha

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